Você já esperou muito por algo, e quando chegou a hora, se decepcionou completamente?
Ou ao contrário, já teve expectativa muito baixa sobre algo que aconteceria em sua vida, e quando você se depara com ela, a coisa te surpreende positivamente?
Na teoria, esperamos aquilo que esperamos. Nesse mundo teórico, as coisas nunca nos surpreenderiam: mas na prática, muita coisa sai diferente.
Eu lembro quando o filme do Capitão América saiu nos cinemas. Um amigo meu me convidou para assistir o filme e eu fui na parceria, porque em sã consciência eu jamais iria ao cinema assistir Capitão América. Chegando lá, assistimos o filme e fiquei surpreso, de maneira positiva. O filme não é grande coisa, mas o pouco que foi, superou minhas expectativas.
Outro filme que me causou a mesma sensação foi o filme da Mulher Maravilha. Mesmo com tantas cenas ingênuas, o filme também me surpreendeu bastante, pois eu esperava nada dele.
Agora, se tem uma coisa que é terrível, é quando esperamos tanto por algo e ela nos decepciona: anos esperando um filme do seu herói favorito… sai um lixo; tensão pré-lançamento de um jogo… bugado e cheio de problemas; álbum novo da banda favorita… péssimo álbum.
Bom, eu poderia ficar falando por parágrafos quais foram as obras que me encantaram e qual que me decepcionaram, mas o objetivo aqui é discorrer sobre esse efeito causado sobre nós, humanos. E não poderia deixar de falar sobre Hype.
Hype é uma palavra popular usada hoje em dia para definir a alta expectativa sobre alguma coisa, geralmente um projeto de mercado, como a imagem de uma pessoa, um produto ou uma ideia. Essa expectativa é criada através de marketing prévio, de maneira a aumentar cada vez mais as expectativas sobre esse produto (ideia ou pessoa), para que em um possível lançamento, a empresa consiga vender o máximo de seu produto.
A definição exata de hype seria: em pouco tempo, gastar dinheiro para inflar as expectativas e então, vender ao máximo número de pessoas.
Mas como fica a expectativa? Se sabemos que a chance de nos frustramos é grande?
Recentemente o lançamento do jogo Cyberpunk 2077 deu o que falar. A empresa que produziu esse jogo foi a produtora do The Witcher 3, que chegou a ganhar o melhor jogo do ano quando foi lançado. E ainda posso dizer que The Witcher 3 não é só um bom jogo, como é feito de uma temática capaz de fazer qualquer fã de fantasia perder horas e horas dentro desse mundo maravilhoso, que além de fantástico, é muito fiel aos livros de Andrzej Sapkowski.
Agora, depois de lançar o melhor jogo do ano, o que esperar do próximo jogo da mesma empresa? E ainda com a temática Cyberpunk, que é uma das temáticas mais atrativas do mundo literário.
No mesmo dia do lançamento, os fãs foram à loucura. Como um jogo poderia ter sido lançado tão incompleto e com tantos problemas?
Eu ainda não tive a oportunidade de verificar todo o drama que rolou sobre esse jogo – jogando. Mas aí temos um clássico uso do Hype. Durante anos a empresa criou expectativas nos fãs, no lançamento teve muitas vendas – sem contar a pré-venda – e no fim, frustrou a grande maioria.
Agora veja, se formos justos e perguntarmos para quem jogou o jogo inteiro… Muitas pessoas conseguiram jogar o jogo sem frustração com problemas. Para no fim falar: é um jogo bom.
Mas perceba, que poucas pessoas falaram que “esse é o melhor jogo que já jogou na vida”. Essa frase seria justa, saída da boca de alguém que se surpreendeu.
O Hype é hoje uma ferramenta perfeita para se criar expectativas. Expandir as expectativas. Inflar o desejo por algo que ainda está por vir.
Entretanto, dada a grande possibilidade do Hype nos frustrar, será que é algo interessante para nós consumidores em geral ou é apenas uma ferramenta agressiva de mercado para nos influenciar a realizar uma compra sem ter certeza da qualidade do produto?
E você, o que acha disso tudo?